Tribuna da Câmara de Cocal do Sul recebe Escola de Teatro Jonatas João e aborda operação Fundraising
A 20ª Sessão ordinária da Câmara Municipal foi realizada na noite desta terça-feira, 25 de junho.
A Tribuna Livre da 20ª Sessão Ordinária da Câmara Municipal de Cocal do Sul foi marcada pela participação da Escola de Teatro Jonatas João. Na oportunidade, o diretor e fundador Jonatas João Corrêa prestou contas dos cursos e atendimentos oferecidos pelo local, exibindo números, imagens, ações, eventos e dados complementares, além de abordar a missão e os valores do projeto. A escola oferece cursos de teatro profissionalizante, oficinas de teatro, danças urbanas e ballet, e, somente em 2023, realizou mais de 6 mil atendimentos.
Logo após, sete vereadores fizeram uso da Tribuna, onde o principal assunto, foi a operação Fundraising, deflagrada pelo Gaeco e GEAC, na quarta-feira (19), que ocasionou na prisão preventiva do prefeito do município e de um servidor público.
Vicervânio Bez Fontana, o Toco (MDB), agradeceu ao deputado estadual de seu partido, Volnei Weber, pela emenda de R$ 500 mil trazida para Cocal do Sul na segunda-feira. O valor será aplicado na construção da Rua Coberta no Jardim Itália. "Essa emenda foi um pedido dos vereadores da bancada do MDB: Luizinho, Toco e Nega. Hoje a Nega não faz mais parte do MDB, mas ela estava presente naquela ocasião. Quero agradecer a eles, pois não mediram esforços e hoje a emenda chegou e vai ajudar aquele bairro", destacou.
O vereador disse ter feito o levantamento das emendas conquistadas ao longo dos anos pela bancada do MDB no município, e constatou que a bancada desta legislatura foi a que conquistou os maiores valores. "É gratificante ter vocês do meu lado. Muito obrigado", completou.
Sobre a Operação Fundraising e a prisão do prefeito Fernando De Fáveri, Toco informou estar acompanhando os acontecimentos e investigações. "Assim que eu tiver informações concretas, farei uso desta tribuna para dar meu posicionamento e informar a população. Hoje o prefeito em exercício é o Erik, e a Prefeitura segue normalmente com suas atividades. Quem tiver agendamento, obras... tudo continua funcionando normalmente", concluiu.
Luiz Francisco Honório, o Luizinho (MDB), parabenizou o Teatro Jonatas João pelos números e trabalho apresentados. "É dessas pessoas que a gente precisa na nossa comunidade, dando um futuro melhor para nossas crianças. Parabéns", destacou.
O vereador falou sobre a Operação Fundraising, que esteve em matérias de TV e jornais, e disse ter ouvido comentários sobre a atuação dos vereadores. "Questionamentos de como não vimos o que estava acontecendo", enfatizou. Luizinho explicou sobre a Lei de Licitações, que garante dispensa de licitação para contratos de até R$ 59.906,02, tema que seria alvo da investigação. "Se houver um serviço que a prefeitura precise até esse valor, não precisa de licitação. Esse tipo de situação não passa pela Câmara de Vereadores", ressaltou.
Conforme Luizinho, o prefeito foi detido pois houve um contrato, orçado pelo funcionário que também está em prisão preventiva. "Levaram eles para ter maiores esclarecimentos e não deixar passar nada. Essa operação foi feita em um pacote com 23 municípios catarinenses, um do Rio Grande do Sul e o Distrito Federal", explicou. Ele contou que a empresa contratada e alvo da investigação funcionava como um despachante. "A empresa prestava serviço para o município, mas em contrapartida queria uma fatia daquele valor que conseguia de verbas federais".
O vereador afirmou que o contrato de oito meses com a empresa foi firmado e uma verba de R$ 600 mil foi conquistada, mas negada pelo prefeito, que não concordou com o repasse. "Pode haver algo? Pode. Mas digo para vocês que não existe R$ 1 que o prefeito pegou e colocou no bolso dele. Se houver outro caso por trás a gente ainda não sabe, mas por essa operação, não foi desviado dinheiro", defendeu. Luizinho disse ter obtido as informações do advogado. "Não houve desvios de valores, apenas de contratos".
Ele pediu gratidão e respeito às pessoas, pois atrás de cada investigado, há pais, cônjuges, irmãos e familiares. "Temos o costume de julgar as pessoas antes de saber a verdade. Quem somos nós para julgar o próximo? Se ele tiver feito coisa errada, tem que pagar, mas se não fez, não temos que julgar", frisou.
Luizinho disse conhecer o prefeito Fernando há muitos anos, e destacou a ajuda dada por ele a muitas pessoas da comunidade. "Temos que ter paciência para aguardar o julgamento. Não estou dizendo que ele é inocente, mas estou esperando para que façamos o julgamento correto", concluiu.
Marcel Freitas (PSD) usou a tribuna para falar sobre a Operação Fundraising, afirmando que desde a última semana o município vem virando notícia de forma negativa. "Enquanto pessoa pública, apaixonada por este município e estando vereador, estou triste por esse acontecimento. Fico triste também porque envolve famílias e as famílias dos envolvidos são as que mais estão sofrendo neste momento", frisou.
Para o vereador, a investigação e as prisões preventivas não devem ser motivo de felicidade para ninguém, indiferente da questão partidária. "Precisamos ter mais compaixão e respeito com o próximo. Mas enquanto político, não podemos fechar os olhos e achar que é normal o que aconteceu. Não é normal que o Gaeco e o GEAC cheguem em 23 municípios catarinenses com 11 mandados de prisão preventiva, cinco de suspensão do exercício da função pública e 63 mandados de busca e apreensão. Não é normal um prefeito ser levado preso, mas infelizmente está virando rotina", lamentou.
Ele lembrou que o processo ainda está em curso, bem como as investigações. "Se algo for comprovado, que os envolvidos paguem por isso. Não podemos passar a mão na cabeça de ninguém, independente de quem for. Mas agora cabe à justiça. Não cabe a mim apontar ou julgar. Cabe à justiça trazer a verdade para a população", ressaltou.
Freitas afirmou que gostaria que tudo fosse mentira e que o nome da cidade não estivesse envolvido de forma negativa em um assunto tão sério no país. "Abriu-se aqui uma ferida que deixará cicatrizes na história, sendo culpado ou inocente", frisou. Para ele, faltou neste momento, posicionamento do atual gestor interino quanto a dar uma resposta à população e destacar que o trabalho segue sendo realizado.
O vereador lembrou que os acontecimentos nada têm a ver com perseguição política, como disse ter ouvido nos últimos dias. "Não existe perseguição. Esta Câmara não tem o poder de fazer isso. Isso aconteceu em todo o estado e veio de cima para baixo. Isso é uma investigação grande que vem acontecendo há muito tempo", explicou, salientando que a denúncia não partiu da Câmara ou de partidos de oposição.
Sobre o encontro do Partido Progressista com o PSD realizado na quinta-feira passada, onde foram apresentados os pré-candidatos de cada partido, Marcel destacou que a reunião já estava marcada há várias semanas. "Tem gente falando que foi aproveitamento da situação, mas isso é mentira. Quero deixar bem claro. Ninguém veio aqui para fazer politicagem, mas para trazer a verdade", finalizou.
Evandro Cipriani (PL) parabenizou o diretor Jonatas João e todos os alunos da Escola de Teatro presentes na sessão. "Conheço o trabalho deles, as crianças, os jovens que desfrutam da escola. É muito bonito ver esse trabalho com aqueles que são o futuro da nossa cidade. Tenho certeza que Deus tem muito para trabalhar com eles. Foi um trabalho que começou pequenininho e o Jonatas trouxe o resultado aqui para nós com excelência do trabalho que ele faz de forma gratuita com as crianças", enfatizou.
Sobre os desdobramentos da Operação Fundraising, o vereador trouxe seu posicionamento sobre o assunto. "Nós na verdade não temos muito o que falar. O que sabemos é o que a mídia e as redes sociais trouxeram para a gente, o Gaeco declarou e o advogado de defesa trouxe. Mas eu torço para que tudo se resolva da melhor forma possível, pois se tratam de pessoas e famílias", destacou.
Cipriani declarou que, por se tratar de ano eleitoral, o que não está faltando é oportunismo para promoção política. "Acho descabido neste momento se tratar da situação, principalmente porque o processo está no início, ninguém foi julgado e condenado. Torço para que a justiça seja ágil, até para que nos traga informações sobre o que está acontecendo e evite comentários a favor, contra, condenando ou não. Se houve qualquer ato ilícito, que a justiça seja feita e pague conforme a lei".
No entanto, o vereador pede cautela com as falas e julgamentos. "As prisões foram preventivas e, como já foi falado aqui, tratam-se de famílias. Seguimos acompanhando todo o processo, atentos. Esta Câmara fica à disposição da justiça e da verdade sempre. Ficamos tristes pois não é de hoje que o Gaeco e as operações vêm visitar nosso município. São processos que estão em andamento, pessoas que estão sendo julgadas, algumas já condenadas, que a grande mídia não mostra. A gente espera a verdade, comprometimento com o dinheiro público. Que a verdade nos seja apresentada o mais breve possível", concluiu.
Sobre a Operação Fundraising, Valdnei da Silva, o Chicão (PL), disse que os vereadores ainda não sabem de fato o que realmente aconteceu. "Então não estamos aqui para julgar ninguém. Quem não deve não teme. Se deve, a justiça vai fazer isso lá na frente. Confio muito no Fernando, mas se fez algo de errado, cabe à justiça julgar".
O vereador chamou atenção para os comentários ofensivos que estão sendo proferidos sobre os investigados nas redes sociais. "Isso não deve ser feito. Temos que respeitar porque ele tem uma esposa e mãe de índole, os filhos que estudam. Temos que ter cuidado com o que a gente fala. Se errou, no futuro pagará, e de repente vai ser inocente. Isso cabe à justiça", ressaltou.
Chicão voltou a destacar uma indicação, já apresentada em anos anteriores, mas que voltaria a ser votada na Casa durante a sessão. "É sobre o asfalto na Avenida Felisberto. Sei que já há um projeto que foi apresentado, mas temos que cobrar do Executivo. Sugeri essa avenida, pois é a que dá acesso ao ESF da Vila Nova e é um acesso da escola. Também dá acesso ao bairro Ângelo Guollo e Alphaville", explicou. Atualmente, a via possui pavimento de lajota e um pequeno trecho de asfalto, mas não possui calçada e os pedestres andam na estrada. Para o vereador, uma via pavimentada e com calçadas garantiria a segurança e conforto dos moradores e também das pessoas que usam a via para ir até o Posto de Saúde.
Ele disse ter sido cobrado pela população da Vila Nova sobre a manutenção de ruas de lajota. Algumas vias no bairro foram concluídas, mas a equipe está atualmente em outro bairro. "Eles estão distribuindo, mas vão voltar lá. Já falei com o secretário e logo farão a Rua Princesa Isabel, Matogrosso e Vicenza Candiotto. Mas o tempo de chuva atrapalha também parte de obras", destacou.
Ele finalizou sua fala, convidando a todos para a Festa do Jardim Elizabeth de 28 a 30 de junho, onde haverá a inauguração da igreja, missa, e churrasco. "Todos estão convidados neste final de semana", concluiu.
Maria Luiza Da Rolt (PP) agradeceu ao trabalho do Teatro Jonatas João e ao seu fundador presente na Sessão. "Obrigada por escolherem Cocal para este projeto grandioso. Mais de 6 mil atendimentos em 2023; é a arte trabalhando para despertar, desenvolver e livrar. Projeto que tiro o chapéu, parabenizo e torço dia após dia", destacou.
A vereadora falou sobre uma reunião promovida por ela na noite anterior, que tratou sobre a criação de uma AMA no município e ressaltou a presença de colegas da Casa no evento. "Juntos na construção deste trabalho, conseguimos na noite de ontem formar uma comissão com os pais e profissionais que estavam presentes. As coisas finalmente vão começar a se encaminhar, para que a gente tenha de fato, daqui a pouco, uma AMA no município, atendendo única e exclusivamente os nossos autistas", frisou.
Maria Luiza também se manifestou sobre a Operação Fundraising, afirmando que o tempo é o dono da razão. "Vamos precisar aguardar. Não viemos defender nem passar a mão na cabeça de ninguém. Como vereadora e cidadã, lamento muito o que aconteceu. Tivemos a prisão de um prefeito e um servidor. Realmente é lamentável", pontuou, lembrando que um acontecimento como este é ainda mais triste para as famílias dos envolvidos e por isso se solidariza com os mesmos.
"É triste para o município ter essas notícias negativas nas páginas dos jornais. Constrange o nosso povo. Não é normal", frisou. Ela lamentou um vídeo divulgado pelo advogado de defesa do prefeito, onde ele afirmava que a população sul-cocalense deveria se orgulhar. "Não me orgulho nem um pouco com o que está acontecendo, principalmente porque ninguém está feliz com o que aconteceu. Todos estão no mesmo barco aguardando uma explicação e resolução de todo esse processo em andamento", afirmou.
Da Rolt salientou ainda que a investigação ocorre a nível nacional. "Não é coisa da oposição, nem oportunismo. Vem de cima, do Gaeco e GEAC. O Gaeco já esteve sim aqui no município, mas nunca prendeu ninguém, que isso fique bem claro", disse em resposta à fala de um colega.
Se posicionando como uma vereadora anticorrupção, Maria Luiza disse já ter levado muitas informações para a Câmara. "Muitas coisas estão sendo avaliadas, estudadas. Me posiciono e acho que o vereador tem que ter essa postura". A vereadora espera que a operação se resolva o mais breve possível trazendo uma resposta para toda a população. "Nós não vamos julgar aqui. Não nos cabe pois não temos posse de todo esse conhecimento na íntegra, pois está sob segredo de justiça ainda. Esperamos que tudo seja apurado em sua totalidade e Cocal do Sul saia ileso", ressaltou.
Ela se mostrou incomodada com declarações que, segundo ela, foram ditas pela imprensa sobre a felicidade do Partido Progressista com as prisões, associadas a um evento realizado um dia após o ocorrido. "Isso é mentira. Nosso evento faz parte do planejamento de campanha e o convite já havia sido reforçado no dia 11 de junho. Um evento não se faz da noite pro dia. A gente não tem culpa do prefeito da cidade ser preso e a gente ter tido um evento político. Coincidência sim, mas aproveitamento de situação, nunca", destacou.
Se encaminhando para o final de sua fala, ela disse desejar ver na sexta-feira uma matéria no jornal com o título 'Secretário desmente Gaeco e GEAC'. "Esse é o título de uma matéria que eu gostaria de ver no jornal da nossa cidade", ironizou. A vereadora lamentou a morte do senhor Paulo Galli e cumprimentou a família, desejando condolências. "É um cidadão que fez parte da história do município, inclusive estando na comissão de emancipação. Externo meus sentimentos e agradeço por todo trabalho realizado em prol de Cocal do Sul", concluiu.
Gilson Clemes (PL) convidou todos os presentes e a população para a Festa e inauguração da Igreja Sagrado Coração de Jesus no Jardim Elizabeth, que será realizada neste final de semana, de 28 a 30 de junho. "A igreja ficou maravilhosa. Vamos lá fazer nossas orações. Quem não é católico, que curta a festa que vai ser bem bacana", convidou.
O vereador destacou que além da festa, haverá também a reinauguração da Avenida Fernando Furlan, que passou por uma revitalização. "É o maior bairro do nosso município e nada mais merecido que essas coisas acontecendo por toda a população."
Clemes parabenizou a atleta Maria Luiza De Fáveri Marcelino, que está junto da Associação Boava de Karatê, na Bolívia, representando o Brasil no Campeonato Sul-Americano de Karatê. "Tenho certeza que trará muito orgulho para nós", ressaltou ele.
Sobre a Operação Fundraising, o vereador que também é o atual presidente do legislativo afirmou que foi contatado pelo promotor do caso. "Em nenhum momento a Câmara foi citada ou notificada sobre o caso. Se um dia for notificada pela justiça, tomará a posição que tem que ser tomada. Os vereadores que me antecederam aqui falaram muito bem. Não foi um caso isolado, são 23 municípios, mas ninguém está feliz com o que está acontecendo", declarou.
Ele lembrou que a presunção de inocência tem que ser respeitada em todas as instâncias. "Existe uma investigação, o prefeito está preso e o outro servidor também. Temos que deixar isso a cargo da justiça e depois, com certeza teremos um resultado, e se tiver que vir para a Câmara, nós vamos tomar atitude. Se foi feito o mal para o município, desvio de dinheiro público, tenho certeza que quem fez vai pagar", salientou.
Gilson pediu para que seja tomado cuidado com julgamentos e falas, enquanto não houver certeza de atos ilícitos e lembrou que o prefeito interino, Erik Zeferino, está à frente da administração, dando sequência aos projetos e obras. "Temos certeza que o município vai continuar trabalhando e a justiça vai fazer o seu papel", frisou. O vereador lembrou detalhes do caso, que já são de conhecimento público e lembrou que novas ações podem ser tomadas, se preciso, quando houver mais detalhes.
A próxima Sessão Ordinária, ocorre na terça-feira, 02 de julho, às 19 horas. Siga a Câmara Cocal do Sul nas redes sociais e fique por dentro dos principais acontecimentos do Poder Legislativo: Instagram - Facebook - YouTube
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